sábado, 20 de abril de 2013

E a Grécia aqui tão perto... (Parte 2)

Continuando a nossa viagem pelo Nordeste grego, no segundo dia dirigimo-nos para a zona mais a sul da região da Macedónia. Fizemos a estrada costeira que nos conduz a algumas zonas de veraneio, embora por esta altura ainda não houvesse quem as estivesse a desfrutar!

A paisagem é bastante bonita e conseguimos encontrar uma pequena vila piscatória com um restaurante de peixe fresco onde nos deliciámos com uma petingas e uns biqueirões fritos e uma dourada do mar grelhada. Lembrou-nos a Manta Rota e os almoços de peixe fresco no nosso querido Algarve.




 Na verdade, somos todos povos mediterrânicos e por isso as semelhanças estão sempre mais presentes que as diferenças!!!


Depois continuámos o passeio, já não pela costa, mas pelo interior e voltámos a encontrar uma bonita paisagem rural. A chuva recomeçou e decidimos voltar ao hotel e a Salónica.


Numa das nossas voltas pelo centro da cidade no dia anterior à tarde, acabámos por encontrar completamente por acaso, a loja da Nespresso mas tinham fechado há dez minutos e por isso só na segunda, às 9h00, reabririam as portas.

Era segunda, o nosso último dia em Salónica (feriado na Albânia) e lá fomos reabastecer o stock de café até à próxima ida a Lisboa.

O destino nesse dia era Joanina, a cidade grega mais perto da outra fronteira com a Albânia, no noroeste da Grécia. A viagem foi por uma auto-estrada com dezenas de túneis, que se sucediam uns aos outros, com apenas poucos quilómetros de distância entre eles (as saudades que nós temos das nossas auto-estradas!!! Até perdoamos as PPP quando temos de nos confrontar com o estado miserável de algumas das infraestruturas rodoviárias da Albânia... ou a inexistência delas!) e para além de calma, foi muito interessante cruzarmos o norte da Grécia de uma ponta à outra. As montanhas cheias de neve e as aldeias que as povoam quebraram a ideia feita do país das ilhas gregas e das águas transparentes e cálidas ou das importantes ruínas testemunho do início da civilização ocidental.



Joanina é uma pequena vila situada nas margens de um lago com alguns pontos de interesse turístico - um Castelo, uma ilhota com um Mosteiro, uma vila antiga dentro da fortaleza do Castelo, e as grutas de Perama - e mais umas quantas atracções gastronómicas e culturais para desfrutar...


O que tem também é muita chuva, e logo no segundo dia por lá, pudemos testemunhar essa presença que teimou em continuar até à nossa partida. Decidimos, por isso, ir até à costa para ver se o tempo estaria melhor por lá - a uma vila chamada Iogumenitsa - e para ver do lado grego, o mar Adriático. Esta vila fica mesmo em frente ao mar, com ligações em ferry-boat para Corfu, Itália e Durres (Albânia).









Passeámos pela cidade e pelas línguas de terra que entram pelo mar dentro... O tempo é que não ajudou como se vê pelas imagens juntas...


De volta a Joanina, o tempo não permitiu grandes passeios, mas ainda me aventurei com o Álvaro numa caminhada pelas zonas mais rurais perto do nosso hotel.

No regresso a Tirana, lá nos confrontámos novamente com as famosas estradas em construção que os locais nos vão dizendo que ficarão prontas até ao Verão, e mais uma vez para fazer uns glorioso 300 km, demorámos 6 horas... Um dia será possível fazer esta distância em metade do tempo, mas por agora é o que temos... e até já estamos habituados!!

υποχρεωμένος pela vossa atenção!! Efregaristos...Ou, obrigada, para os amigos portugueses.

E a Grécia aqui tão perto... (parte 1)

Estava previsto irmos na Páscoa a Portugal, mas o trabalho apertou e as férias escolares do Álvaro eram afinal curtas demais nesta altura. Por isso decidimos aproveitar para explorar um pouco o norte de um dos países vizinhos - a Grécia!

Na sexta-feira santa depois do trabalho lá nos fizemos à estrada para irmos até Thessaloniki (ou Salónica, como se diz pelas nossas bandas) de modo a aproveitarmos um pouco a oportunidade de estarmos perto de países a que em princípio não iríamos de carro estando em Lisboa.
Eram cerca de 400 km, o tempo estava bom - depois de semanas e semanas de intensa chuva - e o nosso objetivo era chegar por volta da hora do jantar.
Como habitualmente, as estradas albanesas são sempre um excelente desafio à nossa persistência e capacidades de condução... para fazermos os 200 km até à fronteira demorámos umas prazenteiras cinco horas de viagem!!!! Mas correu tudo bem e conseguimos chegar a Salónica sãos e salvos!?!!

No dia seguinte tínhamos o grande objetivo de comprar cápsulas Nespresso, mas o GPS e o alfabeto grego não ajudaram muito esta hercúlea tarefa de encontrar uma pequena rua no centro da cidade. Falhado o primeiro objetivo, passámos ao segundo... a nossa veia consumista revelando-se em todo o esplendor conduziu-nos até ao IKEA mais perto de Tirana...

Até o Álvaro deu largas à sua imaginação quando se viu num Jumbo gigante (passe o pleonasmo) - uma cadeia semelhante à do Toys"R"us cá da região.

A dificuldade da escolha


Depois de cumpridas as 'obrigações', lá fomos novamente até ao centro da cidade para passear um pouco, ter uma excelente refeição mediterrânica numa esplanada de rua de um restaurante cipriota e acabar com uma caminhada pela rua pedonal Aristotelous.

Salónica tem uma frente marítima com uma baía sobre o Mar Egeu que para além dos espaços de lazer, de hotelaria e de desporto, tem também um grande porto de carga e um terminal de ferry-boats com algumas ligações para as ilhas gregas e para outras cidades do Sul do país...



No topo da colina, encontramos as ruínas de fortalezas e no meio da cidade é muito comum encontrarmos também os sinais desta ancestral civilização.






Um outro ponto de atração da cidade é a quantidade de igrejas ortodoxas - umas mais antigas e outras mais modernas - que se podem visitar.




Estes foram alguns dos pontos por onde andámos a passear e assim aproveitámos os nossos dias de folga da pequenez de Tirana! O Álvaro até conheceu um amigo filósofo... o nosso conhecido Aristóteles, originário da região da Macedónia (que ainda hoje é a nomenclatura da região onde se situa Salónica), e a que não é alheio o facto do recente país gerado na região balcã - a ex- República jugoslava, Macedónia - ter optado por esse nome. Claro que não o introduzimos aos princípios da filosofia prática, mas pelo menos ficou a referência à ideia de ter sido um dos principais filósofos gregos.
Sentado no pé do Aristóteles


Para acabarmos em grande, aqui fica uma das suas citações que ficaria bem na cabeça de alguns iluminados que por aí andam: "A dúvida é o princípio da sabedoria."

Τα λέμε σύντομα!
(Até breve, em grego)