domingo, 26 de agosto de 2012

Mais sobre Agosto... JO, amigos e Elbasan

Poucos dias após a nossa chegada, começaram os JO 2012. Conseguimos ver bastantes transmissões graças às duas 'boxes' da ZON que aqui temos instaladas (isto e o Skype são os nossos principais elos de ligação com a nossa terra). Foram dias cheios de competição, medalhas e belas imagens de um espectáculo sempre a não perder. O Álvaro ficou bastante inspirado pelos JO através do fantástico Michael Phelps e do voador Usain Bolt. Os nossos remadores na canoagem permitiram-lhe também ficar bastante orgulhoso com o nosso país e as nossas medalhas de prata.

Nas primeiras semanas de Agosto tivemos também  dias difíceis, emocionalmente, por um lado a expectativa e preocupação com o estado de saúde do pai da Carmo,  por outro, a partida de três Amigos quase em dias seguidos, primeiro o Jorge poucos dias depois o Hernâni e logo a seguir um amigo dos tempos de Angola (1979/1980), o Lampreia. E mais uma vez a distância, que condiciona uma presença desejada mas difícil de gerir. Até o Álvaro, na inocência dos seus 8 anos, sentindo o quanto nos afectou este período teve esta 'saída'  com a Carmo: 'Deixa lá mãe se Agosto é o mês das mortes, Setembro vai ser o mês dos nascimentos'.

Mas falemos de coisas melhores, na passada segunda-feira (20/8) foi dia feriado aqui na Albânia (Al Barhaim) e decidimos que era a altura ideal para ir explorar um dos vários lagos que aqui existem. Desta vez dedicámo-nos ao Lago Ohrid. Este é um lago partilhado pela Albânia e pela Macedónia e após alguma pesquisa na net escolhemos o lado macedónio, pois tem duas pequenas cidades que são estâncias turísticas mais desenvolvidas do que do lado albanês.

Marcamos alojamento num dos poucos hotéis ainda com vagas (88 hotéis, 95% esgotados) o Villa Mina a 8 km da cidade com o mesmo nome do lago - Orhid (aqui voltaremos no próximo post).

Partimos de casa no sábado de manhã pela estrada de Elbasan cujos primeiros 30 km já conhecíamos, mas os 30 seguintes é que são 'bons'... tal como a Carmo gosta.
Sobe, sobe e continua a subir... com curvas e contra curvas apertadas e imensos artistas como aqueles que também temos aí que pensam que a estrada é só deles e que não podem ver ninguém à frente sem tentar logo ultrapassar.  Assim não é de admirar que para fazer uma etapa de 60 km se demore mais de duas horas.

A paisagem é de cortar a respiração principalmente nos pontos altos onde se conseguem ver várias cadeias de montanhas.

Depois como tudo o que sobe têm de descer, lá demos inicio a uma descida ainda mais íngreme do que a subida, em direcção a uma planície enorme onde se encontra uma das principais cidades albanesas a seguir à capital Tirana - a cidade de Elbasan.

Esta  é uma cidade do interior com restos de uma indústria pesada que existiu em tempos (siderurgias, instalações metalúrgicas...) e que hoje se dedica principalmente à agricultura e ao comércio.


Depois de tirar esta foto, e dado que  se aproximava a hora do almoço propus que o fizéssemos por aqui pois não nos parecia que depois houvesse algum sítio onde  fosse possível almoçar. Aqui surge a habitual dúvida, onde? Será que é bom? Então sugeri à Carmo que telefonasse ao Ylli Chabiri, que é o nosso contacto para resolver todo e qualquer problema que surja na nossa casa e que sabemos ser oriundo de Elbasan. A amabilidade e a simpatia dele e da senhoria têm sido inesgotáveis- são sócios numa empresa de consultoria na área dos recursos humanos e gerem em jeito de 'co-proprietários' o nosso apartamento.

Contato feito, situação explicada, pediu-nos alguns minutos para se informar da abertura ou não do restaurante que queria sugerir. Três minutos depois ligou-nos deu-nos as informações necessárias: disse-nos para irmos até ao centro e pararmos junto à Baskhia de Elbasan (Câmara Municipal)  onde haveria de aparecer alguém para nos levar até ao restaurante.

Assim que parámos, apareceu não o Ylli mas alguém que só podia ser o irmão dele de tão parecido que era.
Num inglês impecável apresentou-se e pediu-nos para seguirmos o carro dele. Cinco minutos depois chegámos à Taverna Antika onde nos deixou entregue à proprietária após nos ter apresentado e tendo dito que era uma boa amiga. O resto já se pode adivinhar...

Restaurante típico Albanês, bem decorado com mesas para cerca de 50 pessoas, sem menu escrito e quando tentámos saber o que comer ou o que nos poderia sugerir, a dona perguntou-nos o que pretendíamos beber? Vinho Albanês, respondemos. Então não se preocupem que a comida já virá. Ainda tentamos explicar o que queríamos para o Álvaro mas foi inútil. Garantimos as batatas fritas e que não viriam nem extremidades nem interiores de nenhum animal.

Foi uma excelente experiência de cozinha tradicional albanesa servida numa lógica de rodízio... o que fez com que ao sexto prato tivéssemos de dizer que ficávamos por ali!! Haveríamos de voltar e aí com amigos ou familiares para que pudéssemos dividir a tarefa comensal!

Continuaremos a descrição da viagem num próximo post.
Não percam, ju lutem (por favor, em albanês)!