sexta-feira, 25 de maio de 2012

Urbanismo...

Em dia de partida para Lisboa, uns merecidos dias de férias para matar saudades da família e dos amigos, aqui deixo mais uma mensagem, esta sobre urbanismo:

Já conhecem a loja com árvore na montra?

Não há dúvidas sobre quem é mais antigo, embora pudesse ser o caso de uma planta que foi muito regada e ...



... deu nisto.



E a rotunda, acabadinha de fazer sob um viaduto de uma autoestrada em construção,  que ainda não está completa e já tem árvores plantadas.

Não sei se ao viaduto irá acontecer o mesmo que ao tecto da loja.
Não me admiraria nada que daqui a algum tempo o viaduto tenha alguns buracos para deixar crescer as árvores.

Mas por agora chega pois está quase na hora de ir para o aeroporto. Vamos vêr se conseguimos chegar hoje ou se a greve da NAV nos obriga a dormir em Itália.
Abraços e até logo

domingo, 20 de maio de 2012

Ainda as favas....

Como não foi publicado no blogue impõe-se uma explicação prévia sobre o título desta mensagem.
Alguns dos leitores destas crónicas têm o mau hábito de se reunirem mensalmente num convívio gastronómico
que dá pelo nome de Regional. Este mês a ementa foi sável com açorda de ovas seguido de umas favas guisadas. Ora como este escriba deixou de, fisicamente, poder participar nestes eventos, tem procurado mesmo à distancia de 3000km acompanhar em espírito as várias realizações e, se possível, recriar as mesmas ementas aqui por terras Tiranesas. Foi o que aconteceu na passada 5ª feira com as tais favas guisadas. Após alguma pesquisa e imaginação lá foi possível recriar a mesma ementa do Jugo do Lavrador aqui nestas paragens...



Hoje para o nosso primeiro almoço dominical aqui no substituto do  Miraflores Eleven,  o novel Pjeter 5 e 3/3 aproveitamos o excedente das ditas favas e regalamo-nos com um arroz de favas à moda de Tormes com sonhos de atum no forno.
 Não estariam como as  do Eça mas penso que o Jacinto também não as desdenharia.

“Deste enlevo nos arrancou o Melchior com o doce aviso do “jantarinho de suas incelências”. Era noutra sala, mais nua, mais abandonada: - e aí logo à porta o meu supercivilizado Príncipe estacou, estarrecido pelo desconforto, e escassez e rudeza das coisas. (...)
Jacinto ocupou a sede ancestral – e durante momentos (de esgazeada ansiedade para o caseiro excelente) esfregou energicamente, com a ponta da toalha, o garfo negro, a fosca colher de estanho. Depois, desconfiado, provou o caldo, que era de galinha e rescendia. Provou – e levantou para mim, seu camarada de misérias, uns olhos que brilharam, surpreendidos. Tornou a sorver uma colherada mais cheia, mais considerada. E sorriu, com espanto: - “Está bom!”
Estava precioso: tinha fígado e tinha moela; o seu perfume enternecia; três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.
-Também lá volto! – exclamava Jacinto com uma convicção imensa. – É que estou com uma fome... Santo Deus! Há anos que não sinto esta fome.
Foi ele que rapou avaramente a sopeira. E já espreitava a porta, esperando a portadora dos pitéus, a rija moça de peitos trementes, que enfim surgiu, mais esbraseada, abalando o sobrado – e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris, sempre abominava favas!... Tentou todavia uma garfada tímida – e de novo aqueles seus olhos, que o pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado:
-Óptimo!... Ah, destas favas, sim! Ó que fava! Que delícia! (...)
- Pois é cá a comidinha dos moços da Quinta! E cada pratada, que até suas Incelências se riam... Mas agora, aqui, o Sr. D. Jacinto, também vai engordar e enrijar!”

Eça de Queiroz, in A Cidade e as Serras


Terminámos o repasto com um excelente café Lavazza feito na nossa nova "Nespresso".




Já agora o porquê do nome deste novo local de comidas em Tirana.
É a nossa nova morada;  Rruga Pjeter Bogdani nº 5 - 3º andar, apartamento 3, Tirana
Uma casa ao vosso dispor...
Abraços