quarta-feira, 22 de agosto de 2012

E Depois do Adeus… (do 3º)



É verdade, depois do 3º adeus a Lisboa, à família e aos amigos a 19/7, aqui está o relato de alguns dos acontecimentos deste último mês.
A 10 de Julho voámos para Lisboa para, aproveitando alguns dias de férias da Carmo, poder ir buscar o nosso Álvaro. Chegada a tempo de participar no Regional superiormente organizado pelo Joaquim Bação na Charneca da Caparica no Rui dos Leitões. Bom rever tantos amigos agora distantes. Aconteceu também a tradicional sardinhada anual na Água de Todo o Ano e que ótimo foi o convívio com a Talinha, o Manel, a família e alguns dos amigos deles e nossos… pena não termos ainda registos fotográficos deste excelente evento, mas aguardamos o envio de algumas fotos tiradas pelos repórteres oficiais!
Depois planeamos até ao último detalhe o regresso de carro até Tirana: mapas, hotéis, itinerários e restaurantes, entre outras coisas… mas à boa maneira portuguesa na véspera da partida resolvemos alterar tudo!! E, assim, partimos quinta-feira 19 de julho, bem cedo (por volta das 4 da madrugada, mas sem passarinhos a cantar), direitos a Barcelona. Pelo caminho ainda piquenicámos perto de Madrid uns bocadillos e umas patatas fritas. Já nessa altura pensámos nos pastéis de bacalhau…
Chegamos a Barcelona pelas 19h00 e embarcamos no ferry-boat para  Civitavechia (Itália). Foi uma boa noite de sono  e poupamos umas centenas de km de condução. A meio da manhã fizemos uma breve escala na Sardenha e chegamos à tarde a Itália, são 20h de viagem (subaquática, como diz o Álvaro) mas realmente compensa.
 
Ainda nessa noite atravessamos Itália – mais ou menos a meio da bota – pernoitando em Pescara já na costa do Adriático. No sábado 21, depois de aproveitarmos algum tempo livre na piscina do hotel e na visita à costa marítima, subimos até Ferrara onde ficamos numa casa antiga com uma excelente piscina e um ainda melhor restaurante, ótimo fim de tarde e jantar.
No domingo (22/7) começou a verdadeira aventura já com destinos fora da União Europeia. Continuamos viagem para norte, passamos ao lado de Veneza e de Triestre e entrámos na Eslovénia (foram poucos os km por aqui feitos porque o país também se esgota depressa).

Entramos na Croácia já ao cair da tarde e por sorte não fomos mandados prender pela polícia na alfândega já que insistimos em tentar passar a fronteira a uns 40 km/hora… porque a Carmo de relance pareceu-lhe ver uma seta verde e ninguém na cancela… Mas enfim o polícia loiro de olhos azuis, como é apanágio fisiológico por essas bandas, depois de nos ter feito cara feia lá percebeu que não íamos a monte!
A primeira paragem em terras croatas foi Opatija, considerada como a Riviera croata. Uma cidade pequena na encosta de uma montanha que desce até ao mar, muito ao estilo de Monte Carlo, com milhares de turistas e centenas de hotéis (a maioria esgotados!!). As praias são pequenas piscinas nas rochas e foi uma escala só para jantar e dormir. Fica a memória de uma noite com trovoada e ventania num hotel do fim do século XIX por onde veranearam alguns dos imperadores austro-húngaros e seus descendentes…


Segunda-feira começaram os percalços para quem já se habituou a alguns anos a não ter fronteiras entre países e a circular livremente por essa Europa fora. Para ganharmos algum tempo decidimos fazer a primeira etapa na autoestrada até Zadar e à tarde continuar até Split pela costa leste do adriático.
A autoestrada é muito boa, atravessa uma cadeia montanhosa com vários túneis e viadutos, só que alguns km depois do início, a primeira surpresa surgiu: toda a gente parada, fila interminável e nenhuma informação. Foram cerca de 4 horas para fazer menos de 5 km, lá conseguimos sintonizar uma estação de rádio que tinha informações de trânsito em várias línguas e entre o italiano e o inglês percebemos que, devido ao forte vento, alguns viadutos estavam encerrados e o trânsito muito condicionado.
Plano de contingência acionado: resolvemos passar ao lado de Split (evitando o ferry-boat que faria a ligação entre os dois pedaços de costa croata) e seguir diretamente para Dubrovnick. Isso levou-nos a atravessar 15km da Bósnia Herzegovina (a única faixa de costa mediterrânica deste país) e lá tivemos mais 4 horas no sai-entra-sai-entra, volta a sair-entrar-sair-entrar nas fronteiras entre os dois países.
De bom ficam as paisagens da costa e das montanhas croatas… a explorar mais tarde e com mais tempo e quem sabe com um patrão de costa habilitado para fazer a costa por via marítima (será que o Manuel Ribeiro estará disponível para tal?). Menos curvas e melhores banhos certamente à nossa disposição. O barco será por conta da casa!!

Já lusco-fusco e ainda a 30 km de Dubrovnick, sem hotel marcado e todos muito cansados de mais de 10 horas de condução e viagem, começam a surgir os primeiros relâmpagos e a ouvirem-se os primeiros trovões. Estava na hora de tomar uma decisão: encontrar um sítio para dormir!!
E eis que surge uma placa a indicar o Radisson Hotel Dubrovncik *****!! Nem fomos mais longe. Mas, há sempre um mas – não aceitavam 3 pessoas nos quartos, mesmo que o terceiro fosse o nosso Álvaro!! Mais conversa e lá conseguimos descobrir que além do hotel havia disponibilidade para pernoitar no aldeamento do mesmo grupo, ali ao lado, e por aí ficamos! Foi uma agradável surpresa para finalizar o dia: um apartamento excelente, vários restaurantes um deles italiano com pasta para o Álvaro e um cenário de trovoada marítima e chuva no horizonte para completar a paisagem, com 30 graus de temperatura.
Foi, infelizmente, nessa altura que tivemos a notícia sobre o pai da Carmo, mas tínhamos que continuar em frente.
Mesmo assim ainda pudemos aproveitar uma das fantásticas piscinas na manhã seguinte, depois de um pequeno almoço continental à séria!! O Álvaro ficou fã das salsichas com ovos estrelados. Foi um dos pontos altos da viagem, sem dúvida!
Por volta do meio dia e para que não ficássemos com muita pena de sair da piscina, voltou a chuva e a trovoada e lá nos fizemos novamente à estrada. Era o último dia e tínhamos que chegar a Tirana (a preocupação era agora com o que se passava em Portugal). Passámos Dubrovnick (a voltar com certeza para visita mais pormenorizada) e dirigimo-nos ao Montenegro. Mais fronteiras e desta vez com filas muito intensas. 3 horas para sair da Croácia e entrar no Montenegro. Foi um dia muito stressante, com chuva intensa e estradas muito difíceis.
Mas mais difícil ainda e para mais sem GPS foi encontrar ao fim da tarde a fronteira para entrar na Albânia pelo noroeste. Existia no mapa, no Michelin, mas cadê as indicações??? Fez-nos lembrar as fronteiras do Norte de Portugal com Espanha há uns 30 anos atrás, em que quantas mais escondidas melhor.
Muitas curvas, estradas mínimas e algumas matrículas albanesas pelo caminho e lá conseguimos dar com o posto fronteiriço. Mais duas horas e conseguimos entrar na nossa querida Albânia!! Já nos sentíamos em casa!! A Carmo passou para o volante já que tinha sido impossível passar-lhe o testemunho nas estradas montenegrinas, à beira do mar e a muitos metros de altitude (metade do caminho foi feito de olhos fechados ;)).
Os últimos 150 km foram como habitualmente uma aventura da condução por terras albanesas, mas após cerca de 3500km e 6 dias de viagem, felizmente conseguimos chegar ao nosso destino em segurança.
Último desafio: entrar com a Peugeot 807 na garagem do nosso prédio! Entrar, entrou, mas o pior foi tirá-la dois dias depois… 1 cm para cada lado e algumas manobras lá tornaram essa situação ultrapassável, mas o certo é que nunca mais lá estacionou!
O melhor foi mesmo ver o entusiasmo do Álvaro com a sua nova casa! Por agora fica a vontade de regressar a alguns dos sítios fantásticos por onde passámos… e de preferência com a família e os amigos!

(Já agora: escrevemos hoje este post, no dia em que o pai da Carmo já teve alta de Santa Cruz após a cirurgia. Felizmente está a recuperar muito favorável e rapidamente! Durante este período foram muitas as más notícias e agora o desejo é que a normalidade regresse às nossas/vossas vidas!).

Mirupafshim (até breve, em albanês!)

3 comentários:

  1. Olá amigos
    As aventuras que acabam bem são sempre boas.Que pena não terem tido tempo para disfruar Dubrovnik, uma cidade de boas recordações e de muita história. Altamente recomendável numa outra(?) vez.
    Força Álvaro dá-lhe nas salsichas com ovos. Em grande.
    Força amigos. Cá os esperamos como sempre.
    Abraços & Beijos, lda.
    Luis

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  2. Bem vindo Luiz, obrigado pelo teu apoio.
    Dubrovnick está guardado para breve, são menos de 300km mas mais de 5 horas de condução mais as passadas nas fronteiras.
    Antes de ir peço-te algumas dicas.
    Um abraço

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  3. Isto é que é uma vida dificil...muitos beijinhos cheios de saudades da mais velha e da Maria

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