domingo, 29 de abril de 2012

Um admirável mundo novo

É incrível mas já cá estamos há uma semana e isto de blogar nada!
Vou tentar começar a ser mais regular nestes comentários e por isso este vai ser um pouco mais longo para recuperar o ritmo.
Vamos por tópicos:
Trânsito/carros em Tirana
A população local é muito simpática. Quem me conhece, como alguns de vós há mais de 30 anos, sabe que, por norma, sou um tipo simpático e até com alguma popularidade, mas aqui estou melhor do que em casa. Já todos me saúdam quando vou na rua! Até eu fico espantado com a quantidade de pessoas que me fala, me acenam ou até buzinam para me cumprimentar. O que acho estranho é que isto acontece nas situações mais comuns como quando paro o carro quando o semáforo está vermelho, ou mesmo quando paro numa passadeira para deixar passar os peões (até estes ficam admirados!!) e já comecei a ouvir comentários que me parecem ser do género ‘olhem lá vem o nosso amigo Zé de Portugal, acenem-lhe ’, ou talvez ‘É pá, não pares pois sabemos que tens pressa’, coisas simples deste género (embora ainda não domine a língua local).
Agora já percebi porque é que as grandes marcas de automóveis (e não só) são tão ricas e produzem tantos produtos topo de gama: descobriram a Albânia!
Como estou no tópico ligado ao trânsito posso confirmar que nunca vi em nenhuma capital europeia, e conheço bastantes, um parque automóvel tão evoluído. É verdade que há alguns carros comuns como o Opel Corsa que conduzo, ou mesmo um Renault 5 que vi ontem, ou também uns Dacia ou mesmo uns Aveo que por aí andam (principalmente, com os polícias municipais) mas penso que na sua maioria são todos alugados por estrangeiros como nós. Só no bairro mais comercial da cidade (cerca de 2 km2) já vi a circular na mesma altura, mais de 30 Jeep da BMW (X5 ou superior), 15 Mercedes de 350SL para cima, vários Audi, Chevrolet, Porsche, Nissan, etc., etc. No meio destas ‘machinas’ (em Albanês!) que circulam em qualquer faixa, em qualquer sentido (de preferência em contramão!) o que interessa é ver quem chega primeiro ao sinal vermelho para virar à esquerda ou à direita, preferencialmente para onde for proibido, lá circulam uns quantos seres (de ambos os sexos e de todas as idades) de moto, em bicicletas, triciclos de vendedores ambulantes, de patins em linha ou mesmo só a correr. É uma festa. Parece uma espécie de toureio automobilístico. Felizmente eu habituo-me depressa e depois das experiências de condução que já tive em Luanda, Maputo, Brasil, Santiago do Chile ou mesmo na 2ª Circular, isto é canja. A Carmo é que anda um pouco calada e vejo-a muitas vezes a tapar os olhos, principalmente nas rotundas e em alguns cruzamentos, mas penso que deve ser só por não ter trazido óculos escuros.
O que é curioso é que ainda não vi nenhuma loja de automóveis… Há dias perguntei onde poderia comprar um carro e, para não parecer pelintra, falei numa cilindrada jeitosa. O meu interlocutor disse-me que tinha um primo que conhecia um fulano que era amigo de um familiar de alguém que me arranjava o que eu quisesse. Calculo que não vou ter necessidade de trazer o meu Peugeot, até porque ficaria a destoar aqui pois o único carro que já vi com riscos e alguma poeira é precisamente o Opel Corsa 1.3 que a Hertz me alugou. A papelada foi rápida de tratar e eles foram muito eficientes, o que demorou mais foi a vistoria ao carro antes da entrega pois o funcionário teve que assinalar todos os riscos e pequenos toques que o veículo apresentava (parei de contar aos 15) e estava a ver que era necessário uma segunda folha só para assinalar todos os problemas detetados.
(- João, já procurei o teu Strackar mas ainda não o encontrei. Não deve ter vindo para cá!)
As estradas e ruas são muito semelhantes às de Portugal embora ainda não tenha encontrado nenhuma SCUT. Os buracos e a falta de sinalização horizontal são tal e qual as daí (mas aparecem com mais frequência e talvez mais profundidade – os buracos, claro!).

Autoestradas e vias rápidas
Hoje resolvemos ir até à costa e fomos uns 30 km por uma autoestrada razoável embora com alguns peões e ciclistas nas bermas (até vimos várias casas com entrada privativa para a autoestrada – coisa de privilegiados!!). Quando esta acabou passámos para estradas mais parecidas com as da zona centro do nosso país (ouve troços que me fizeram lembrar a zona da Mama Rosa ou Bustos.
Quando íamos ao Rafael ou mesmo em Aguada de Baixo ao Vidal. Depois lá tivemos uns quantos km de verdadeira picada até chegar ao Adriático com uma praia enorme mas bastante suja de detritos marítimos e com uma urbanização de vivendas e prédios baixos, tipo Galé.
Chegados à urbanização e seguindo as indicações da existência de um bom restaurante de peixe fresco, encontrámos no tal condomínio fechado o Restaurante Juvenilja Al Mare onde comemos um delicioso peixe galo no forno à bela maneira mediterrânica. Daremos destaque à gastronomia local e aos restaurantes que já visitámos num próximo post.
Até breve!

9 comentários:

  1. Ora bem... O que é que a gente anda a fazer aqui neste cantinho enquanto tem amigos que nos mostram maravilhas de um novo mundo novo?... Isto é o que me merece, como comentário, o primeiro post do blog. Mas, pela nota de termo, ou seja, a gastronomia, bem vejo que Tirana promete...

    ResponderEliminar
  2. Bem... leio, releio, volto a ler e... rio-me, admiro-me, comovo-me... transporto-me para junto de vós. Queridos...aproveitem tudo o que Tirana e a Albânia vos podem proporcionar. Mas... voltem que estão perdoados!

    ResponderEliminar
  3. Voltar voltar só daqui a algumas semanas, mas estaremos sempre convosco no pensamento.

    ResponderEliminar
  4. Juvenilja Al Mare no tradukka quer dizer em Português exactamente Juvenilja Al Mare . E esta,
    hem?

    ResponderEliminar
  5. Bem, como não dizem mais nada já vi que forma para a vizinha Grécia tentar formar novo Governo

    ResponderEliminar
  6. Didi,
    Como não fomos bem sucedidos na Grécia, hoje voltámos a Tirana

    ResponderEliminar
  7. Paula, por enquanto não mas já está em estudo a introdução de portagens na autoestrada Tirana - Kosovo, a principal, já para o próximo ano.

    ResponderEliminar
  8. Ah! mas que bem. No rectâgulo sofre-se aí aprende-se. Boa.

    ResponderEliminar